Também é Vencer
"As estruturas jurídicas da linguagem e da política constituem o campo contemporâneo do poder"
Judith Butler.
Na pesquisa e imersão do binômio palavra/imagem, coleto evidências do que atravessa, do que fica e do que surge como possibilidade neste jogo. Os afetos, até então catalogados, retornam e se cruzam com memórias para ganharem fisicalidade e refletir sobre a hegemonia do poder que nos corrompe enquanto corpos dissidentes.
Inicialmente, ao compartilhar a frase “Estar viva/vivo também é vencer” pela cidade, propõe-se através da metáfora da gênese, reconhecer a luta de corpos vulneráveis, dissidentes e abjetos que compõem o universo LGBTQIAPN+.
"Como politizar espaços com nós mesmos em uma forma consciente que tende a ser ignorada por aqueles que estão em posição de poder?"
Zanele Muholi
Ao cruzar identidades e políticas de poder, lembro-me do trabalho de Peter Hujar, David Wojnarowicz e Zanele Muholi, entre outres, para pensarmos a decolonialidade sobre corpos e como podemos desestruturar a liberdade colonial e possibilidades de estar. É, na coleta de situações cotidianas, que identifico a perpetuação sistêmica de violência e opressões estruturais de um sistema normativo.
Neste ponto, a pesquisa começa a delinear imaginários possíveis para o corpo gay, corpo homossexual, corpos LGBTQIAPN+, corpas trans ao cruzar com os trabalhos de Félix González-Torres e Leonilson que utilizam do corpo contagioso, o corpo doente como um corpo desejado por museus e instituições. Até quando essas formas de representatividade foram exploradas por este sistema e como elas se renovam nas pautas identitárias contemporâneas? Solidão, fragilidade, vulnerabilidades, abandono do Estado e falta de políticas públicas.
O filme "A Paixão de JL" pode ser assistido aqui: https://youtu.be/sNUsY1un51w.
- LocalBelo Horizonte/MG
- Datajaneiro/2022
- TécnicasSerigrafia / Fotografia / Escrita / Intervenção Urbana